domingo, março 30, 2008

segunda-feira, março 03, 2008




'Foste como ar, tu. Respirar-te era não uma necessidade mas, mais ainda, essencial. E entraste-me no corpo, tocaste-me por dentro e estiveste em todos os lugares que jamais alguém pensou estar, em mim e com esse teu coração de pedra conseguiste cativar, prender e destruir tudo o que tinha para dar.
Ficou para ti tudo o que alguma vez senti e todas as saudades, memórias e tudo o mais. Ocupas o maior espaço do meu coração, e é por tua causa que choro quase todas as noites. Por achar que deveria ser a única pessoa que havias apresentado à tua mãe e que viu-te e riu contigo e com o teu irmão, por pensar que, eu sim, conseguiria mudar a tua vida inteira.
Depois disto tudo, só te posso dizer que eu tenho uma grande parte de ti, em mim. Que guardo grande parte da tua história e que devo ser das únicas pessoas que há-de lembrar-se de tudo, 'tim tim por tim tim'.
Das piores coisas que me podiam ter tirado, foste tu. Não poder falar contigo. Não sabes o quanto custa passar mesmo a teu lado, embora com grande satisfação, e nem olhar pra ti. Porque também não olhas pra mim, e ter que passar o resto da minha vida a pensar que tudo o que soubeste fazer foi aproveitar-te de mim.
Afinal a raiva e o ódio são das poucas coisas que nos fazem realmente lembrar para sempre de uma pessoa inteira, com todos os seus defeitos e qualidades inigualáveis. Gosto de ter raiva de ti, é a única coisa que ainda hoje mantém-te por perto.'

In Chama-lhe o que quiseres