segunda-feira, maio 14, 2007

Guylian


E com uma melosa carícia ofereces-me um guylian. De tonalidade negra, castanha, branca. Vagueamos pelas cores. Descortinámos o sabor de cada pigmentação. Mergulhamos no adocicar da boca um do outro. Um salpicar aqui, um polvilhar ali e nutri-me da tua bochecha. Chalaceamos que nem loucos. O meu sorriso descobriu o teu. Mais do que isso, o meu sorriso garantiu o teu. O teu? Amparou o meu. Durante horas a fio o sussurrar dos nossos risos fizeram eco naquelas escadas, agora, mais pomposas que nunca. O sussurrar. O sussurrar. O sussurrar.

Pairamos na sensualidade do momento. Tocar. Abranger. Afagar. Agarrar. Circunscrever. Espremer. Proteger. Acarinhar. Embalar. Encantar. Seja eu tão tua como tu és meu! Um ejacular de emoções.

Tomara sentir para sempre esse teu soprar lento. Esse soprar. Esse soprar que me humedece o ouvido, que me arrepia, que me faz abalar até aos confins do mundo e voltar por fim, só para te poder amar, como se fosse incessantemente a primeira vez. Só para que me faças como em tantas outras vezes ver o auge da existência só num olhar. Só para te desenhar de novo na minha alma na qual já estás, naturalmente intrínseco. Só para que me mimes o espírito até ao ponto em que este, não mais se ousará elevar, rejubilando de alegria. Rejubilando.

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